Existem mil sentimentos que todos os dias invadem os pequenos pedaços do meu coração.
Experienciei a dor que me fez querer desistir da vida. Mas também experienciei o amor tão puro e bom que me fez querer explodir.
Há sentimentos que duram mais, outros duram pouco, outros são tão passageiros e pequeninos que quase nem lhes sinto o toque. Mas há um, especial, que vive em mim todos os dias. Há dias que é a dor e há outros que é amor.
Há dias que esse sentimento liberta-se nas lágrimas que deito. Noutros dias é só o pensamento constante. Há também dias em que é a memória serena e as fotografias eternas que guardam os meus olhos.
É um sentimento que ainda não lhe soube dar nome e tem dimensões que ainda o universo não conheceu.
Tem dias que este sentimento se apazigua com uma chamada telefónica e tem outros que não se atenua por nada.
É um sentimento que só conhece quem viveu o mar e a serra. Quem esfolou os joelhos nas praias rochosas. Quem cheira a maresia da manhã e tem energia para o dia. Só o conhece quem viveu o mar e a serra, porque conhecer é muito pouco, é preciso vivê-los com o coração, com os olhos, com todos os ossos do corpo e todas as partículas da pele.
Só quem viveu, sabe.
E eu vivi.
Eu vivi a serra e o mar em cada batimento cardíaco, em cada passo que dei, em cada palavra que pronunciei, em cada momento que a memória guarda.
Este sentimento é a saudade de casa.
Não há outro que nos encha tanto o coração. E não há outro que nos quebre tanto.
É a saudade de casa. Todos os dias. Para sempre.
Saudades de uma ilha que só quem a viveu, sabe.
- vk.
grandes palavras.
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