Existem mil sentimentos que todos os dias invadem os pequenos pedaços do meu coração. Experienciei a dor que me fez querer desistir da vida. Mas também experienciei o amor tão puro e bom que me fez querer explodir. Há sentimentos que duram mais, outros duram pouco, outros são tão passageiros e pequeninos que quase nem lhes sinto o toque. Mas há um, especial, que vive em mim todos os dias. Há dias que é a dor e há outros que é amor. Há dias que esse sentimento liberta-se nas lágrimas que deito. Noutros dias é só o pensamento constante. Há também dias em que é a memória serena e as fotografias eternas que guardam os meus olhos. É um sentimento que ainda não lhe soube dar nome e tem dimensões que ainda o universo não conheceu. Tem dias que este sentimento se apazigua com uma chamada telefónica e tem outros que não se atenua por nada. É um sentimento que só conhece quem viveu o mar e a serra. Quem esfolou os joelhos nas praias rochosas. Quem cheira a maresia da manhã e tem ene
Quanto tempo tem o instante que leva a vida? Quantas vezes a vida passa e os olhos ressacam de tudo o que não conseguiram ver? Os olhos guardam tudo. Perde-se o brilho enquanto a alma pede por amparo, mas não há nada que não sare com o tempo. E é o tempo que devolve o brilho e o amparo. O tempo traz tempo para respirar, recomeçar, renovar e brilhar. E são os olhos. São sempre os olhos. Os olhos não mentem. Os olhos têm uma profundidade tão imensa que caberiam os cinco oceanos. Os olhos que conversam, simples, mágicos. Que gritam, que desarmam, que apaixonam, que incendeiam. Os olhas que desejam. Pedem, anseiam, perguntam e respondem. Os olhos que são toda a alma e o coração. E os meus, tão pequeninos, tremem sempre que os dele sorriem. Porque os olhos falam, mesmo quando nós estamos em silêncio, -vk.