Um café quente neste dia frio…
E eu nem bebo café.
Que vida aleivosa para quem só procura a paz.
Bebi o café lentamente e deixei que o calor aquecesse o meu
peito. Que ironia desta vida andar de peito quente e coração tão frio.
O coração não tem culpa. Perdoo-o por ser tão bom com quem
não lhe deu bondade e cuido dele para não se deixar enganar.
O café está amargo e eu sinto que devia colocar açúcar, mas
é hábito não colocar açúcar nas minhas bebidas. Creio que criamos os hábitos
para termos o conforto de alguma segurança e de sabermos que são os hábitos que
nos trazem à tona quando não sentimos chão nos nossos pés.
A vida tem sido difícil para um coração tão leve e eu
insisto em ser amor em todas as dificuldades. Que mais ser, senão amor!? Ser
força para que o café fique menos amargo e a vida mais bonita.
Não tenho mais paragens e perdi o meu rumo. Sei de onde vim,
mas não sei onde pertenço. O meu corpo pede por abrigo e liberdade, mesmo
quando sei que é demasiado tarde para recuperar o tempo que já perdi.
E assim me deixo, de chávena na mão, numa caminhada lenta
para não me perder mais. Por cá e por lá vou ficando. E se me apetecer, só quando a
mim me apetecer, eu vou. Vou de peito quente, de passado guardado, em busca de
um futuro.
Porque não sei o que teria eu na cabeça quando pensei que a
minha luta já tinha terminado.
E que eu iria gostar de café.
- vk.
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